Barbie e Mattel, case de marca - um rebranding em cor de rosa
Updated: Nov 16
Deixei passar de propósito a onda de Barbie para não dar spoiler naquele momento em que muitas pessoas ainda não tinham assistido o filme. Mas esse tempo foi bom para trazer para vocês uma análise mais aprofundada sobre o caso.

Vem para cá, entender de forma leve como manter uma marca corporativa viva!
Morte e vida
O que tira Barbie da inércia no início do filme?
No meio de uma coreografia ensaiada numa pool party, Barbie foge completamente do comportamento padrão (que pressupõe estar sempre feliz e alienada do que ocorre no mundo dos humanos). E pergunta em voz alta:
“Vocês já pensaram em morte?”
=>Uma corporação precisa sempre ter olhos para o passado e para o futuro e se perguntar:
Estamos perto do fim? Que legado queremos deixar? Se não queremos morrer agora, como permanecer vivos?
Começar por dentro
A partir daí, outras “não conformidades” se somam para o desespero da personagem:
os pés agora pisam inteiros no chão - uma metáfora de ser realista, ver as coisas como são.
surge a primeira celulite - símbolo do corpo real e do desconforto da mulher ao lidar com esse corpo que não corresponde ao ideal de perfeição.
Barbie a ajuda da sábia “Barbie Esquisita”. Começa assim sua jornada de autoconhecimento através do mundo humano.
=> Essa é a 1a etapa de uma estratégia de branding/ rebranding: mergulhar fundo para entender cenário, contexto, ambiente interno e externo. No caminho, uma empresa atenta pode perceber necessidade de realizar transformações mais profundas do que as expectativas iniciais. E precisa ter coragem para sustentar essa guinada até o fim.
Humanizar
Na parte final do filme, a criadora da Barbie, Ruth Handler mostra para a Barbie o que é a vida humana em sua complexidade e ambivalência (alegrias, tristezas, lutos, realizações, amores, desamores…).
Após tomar consciência do que é a vida, Barbie decide se tornar humana.
E o que é estar viva, senão se dispor a se conectar com outros seres humanos e experimentar essa infinitude de vivências e sentimentos?
=> Assim fez a Mattel, quando decidiu expor suas vulnerabilidades e assumir que seu produto principal estava desconectado das questões do mundo real.
A personagem do CEO, retrata o estereótipo do empresário clássico: desumanizado, desinteressado pelos seres humanos, incapaz de ouvir, fechado para ideias e perspectivas diversas.
Novo mundo, nova marca
Ao se tornar humana, Barbie afirma:
“Quero ser quem tem a ideia, e não a ideia”
A mudança de papel de criatura para o papel de criadora surpreende até mesmo Ruth, a criadora! Agora Barbie pode tudo!
=> Não é exatamente isso que a Mattel está nos dizendo agora?
Em entrevista para xxx, o xxx da Mattel afirmou que “a Mattel não quer mais ser uma fábrica de brinquedos, mas uma produtora de conteúdo”.
Narra que amarra
É a narrativa que amarra começo, meio e fim do filme, assim como é a narrativa de marca que torna a Mattel tão interessante neste momento.
A Mattel fez isso, conectando sua história com a história das mulheres nos últimos 100 anos.
Escolheu um tema de grande relevância para seu público e o debateu profundamente através de um filme e toda a sua cadeia. Mattel foi arrojada e criou conexão forte com milhares de pessoas em todo o mundo.
Em poucos dias, a marca conseguiu que 3 gerações de mulheres (e também os homens) falem de seu principal produto! É sobre isso: entender o que tem valor para o seu público e tomar para si causas que mobilizam milhares de pessoas.
Quer saber mais sobre a estratégia da Mattel? E sobre rebranding?
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