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Capitalismo Consciente e liderança: a busca do equilíbrio entre efetividade e afetividade

Updated: Aug 18

A forma como os líderes atuam nas empresas vem mudando ao longo do tempo. No entanto, por mais que nos dias de hoje a gestão humanizada seja uma tendência, o imaginário empresarial ainda nos remete às raízes da velha Revolução Industrial.



Esse período histórico moldou o capitalismo como o conhecemos, um sistema econômico voltado para gerar riqueza e produzir resultados.


E para entender como a sociedade vem evoluindo e repensando o jeito de ser do velho capitalismo, compartilho dois fatos históricos que se contrapõe e revelam uma mudança de paradigma:


1- Em 1970, o economista Milton Friedman publica no “New York Times” um ensaio onde defende que a única responsabilidade social dos negócios é assegurar o lucro do acionista.


2- Em 2019, a Business Roundtable, uma associação que reúne 181 presidentes executivos de grandes corporações americanas, lançou um manifesto denominado “declaração sobre o propósito de uma organização”, enfatizando o papel das empresas como agentes de promoção de bem-estar social, conhecido como capitalismo de stakeholders.


Essa guinada na forma de se enxergar o sistema econômico vai ao encontro do capitalismo consciente, um movimento global que tem como finalidade elevar a consciência das lideranças empresariais para gerar valor para todos os stakeholders.


Liderança e o capitalismo consciente


São quatro os pilares do Capitalismo Consciente: propósito maior, cultura consciente, orientação para stakeholders e liderança consciente. Entendo que o líder tem papel central no cumprimento dessas diretrizes.


Para que o líder atinja um nível de consciência elevado, ele deve ser capaz de equilibrar duas variáveis: efetividade e afetividade.


O líder efetivo foca sua atuação na entrega de resultados. Até aí, nada de novo. É aí que entra em cena a afetividade.


Da mesma forma que o capitalismo consciente tem como um dos pilares o propósito maior, que visa causar um impacto positivo na sociedade, internamente, o líder consciente precisa gerar um ambiente de trabalho saudável, inclusivo e cooperativo.


E como ser afetivo sem perder a efetividade? Acredito que a resposta a essa questão passa pela adoção de uma postura mais empática, pautada na escuta ativa. Um bom caminho é criar espaços para ouvir e compreender as dores e necessidades de cada liderado, gerando conexão genuína. Quando as pessoas são ouvidas e acolhidas, sentem-se mais valorizadas e, naturalmente, mais engajadas.


Para tanto, o líder precisa entender que colocar as pessoas na agenda deve ser sua missão primordial. Afinal, o que difere o líder de um não líder é exatamente o fato deste se responsabilizar por pessoas.


Outro caminho possível é o exercício da vulnerabilidade. Líderes que mostram que são humanos e suscetíveis a dúvidas e fraquezas produzem um sentimento de reciprocidade em seus times, criando ambientes seguros para os inevitáveis erros.


Se o mundo forjado pela Revolução Industrial mudou e não para de mudar, as empresas e seus profissionais precisam acelerar seus processos de transformação. Afinal, parafraseando Ghandi, a mudança que queremos para o mundo e para as empresas começa em cada um de nós.


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